quinta-feira, 28 de maio de 2015

Blogs, Data Science, profissional 2.0 e inspiração


Olá a todos! Esse será o primeiro post (de muitos?) ligado à disciplina de Tópicos avançados de Engenharia de Software do MPCA/UnB. Também será minha primeira vez escrevendo em blogs. Por não gostar de me expor e não curtir muito escrever, não possuo o hábito de botar no papel minhas idéias ou compartilhar pensamentos em redes sociais. Sempre passei bem longe de possuir blog ou  algo semelhante.  Mas, após uma discussão em sala de aula onde fomos instigados a refletir sobre os profissionais e a dinâmica do mercado de trabalho de engenharia de software em um mundo repleto mudanças, farei minha estréia nesse universo de blogs expondo aquilo que  penso sobre o assunto.

A princípio, por não ter experiência e não ser formado na área, imaginei que nada tinha a ver com o assunto e me esforçaria muito para conseguir escrever poucas linhas, porém logo percebi o engano ao lembrar dos acontecimentos que me trouxeram até aqui.

Tentarei ser breve na história. Em 2006 entrei no curso de Estatística na UnB e junto comigo  entrou um colega que, após alguns semestres, acabou largando a estatística,  cursou Ciência da Computação, durante um intercâmbio conheceu uma canadense, casou-se com ela e se mudou para lá, onde atualmente trabalha como engenheiro de software. Acabei perdendo contato com ele, mas em maio/2014, pesquisando sobre Big Data, acabei descobrindo quase sem querer o blog sobre Data Science que ele havia criado (https://alquimiadedados.wordpress.com/). Li todas as postagens e uma frase no post inaugural dele me chamou a atenção:

"Enfim, espero criar aqui uma fonte rica em informações sobre Data Science, em português, para, quem sabe, ajudar a fomentar essa profissão no Brasil.” 

 E foi justamente o que aconteceu. Pode ficar feliz, grande Mesquitão, porque você me inspirou a pesquisar ainda mais sobre o assunto e despertou o desejo de investir tempo e esforço nessa área. Foi um blog, portanto, aquilo que me fez procurar um curso dessa área no Brasil, encontrar o MPCA e chegar à essa disciplina.

E como isso se relaciona ao tema da discussão? Já posso tirar uma grande lição sobre quão importante é compartilhar conhecimento, mas, além disso, percebi também que a engenharia de software em sua versão 2.0 também influenciou bastante a minha presença aqui. É fácil perceber que vivemos em um mundo onde dados são gerados em uma velocidade impressionante e das mais diversas formas. Para capturar, armazenar e tratar esses dados foi necessário a criação de novas técnicas e plataformas de software como MapReduce, GFS e Hadoop. E daí, pensava eu, não é isso que quero pesquisar. Pretendo me envolver com a análise e extração de conhecimento desses dados, mas é necessário reconhecer que sem as evoluções que ocorreram em engenharia de software o Data Science não existiria da forma como é hoje. Caso queira ser um profissional na área é desejável, portanto, ter um conhecimento mínimo sobre as plataformas de software existentes e como utilizá-las de forma adequada.

Aprofundando um pouco mais na questão do profissional 2.0 e como isso se envolve com minha pesquisa e com meu trabalho, vi que para analisar e visualizar esses dados, além dos conhecimentos já mencionados, é necessário ter domínio de algoritmos de machine learning, técnicas estatísticas, bancos de dados SQL e NoSQL, dentre outros. E onde eu estava no meio disso tudo? Preso na parte de técnicas estatísticas, completamente cego para todo o resto. No meu trabalho percebo diariamente a dificuldade cada vez maior para lidar com grandes quantidades de dados  e de extrair conhecimento útil deles. A estatística sozinha já não está mais dando conta de tanta informação.  Para dar conta de tudo isso, preciso me tornar um profissional 2.0, conhecer outras áreas, buscar novas formas de resolver problemas, me desprender de vícios antigos, acabar com o amor apenas ao que já conheço. Acontece que esse é um caminho difícil. Quando informei à alguns colegas e parentes que faria um mestrado em Computação, todos me perguntaram o porquê disso. Por que enfiar a cara em uma área completamente desconhecida? Por que se dar ao trabalho de aprender tantas coisas novas quando é muito mais fácil me especializar naquilo que já sou bom? Ainda hoje escuto vários questionamentos nesse sentido, mas acredito ter tomado a decisão correta. Por que minha base teórica em estatística não pode se unir a conhecimentos de programação, data mining, bases de dados e outros para me tornar um profissional melhor do que sou hoje?

Enfim, quais lições tiro dessa breve reflexão? Que não podemos nos limitar e fechar as portas para novos desafios. Em um mundo 2.0, o profissional que quiser ser bem sucedido precisa se renovar sempre e diversificar seus conhecimentos para resolver os problemas que aparecerem da melhor forma possível. E sim, se expor, mesmo de forma virtual, continua difícil para mim, mas começo a pensar que os benefícios valem o esforço. Escrever um blog é uma excelente forma de transmitir conhecimento e inspirar outras pessoas. Afinal, foi isso que me trouxe aqui... e quem sabe não inspiro alguém também!?


Felipe Alves Fonseca é aluno do Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade de Brasília e assessor na área de risco de crédito do Banco do Brasil.

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