quinta-feira, 28 de maio de 2015

Tecnologia no Mundo 2.0

A chamada era da informação em que vivemos atualmente reverbera em todos os campos de nossas vidas com bastante intensidade. Seja nas relações profissionais, momentos de entretenimento, realização de compras, comunicação com quem está fisicamente distante (e mesmo com quem está fisicamente próximo) os recursos tecnológicos estão sempre presentes. Acompanhar as tendências tecnológicas é, de fato, estritamente necessário para quem quer se ver incluído nesse mundo 2.0.
Já que foi mencionado mundo 2.0 vamos discorrer um pouco sobre esse conceito. O termo 2.0 está presente como acréscimo a outros termos frequentemente entoados pela Internet: Web 2.0 é um dos mais frequentes. Podemos considerar 2.0 como sendo um designativo, de maneira até intuitiva, de uma segunda etapa das coisas. A Web 2.0, por exemplo, está inundada por wikis, blogs, redes sociais que englobam os mais diferentes perfis e permitem o compartilhamento de informações em uma velocidade muitas vezes difícil de acompanhar. Todos podem participar ativamente das atividades na Web 2.0. O grande cerne da questão, que concede à Web um aspecto multifacetado e que propicia a participação de todos, é a cooperação. Não há mais espaço para ideias que permanecem sempre no casulo, que enxergam apenas uma parte e unicamente o agora, que seguem tendências retrógradas sem adicionar um diferencial. Pelo menos não de um ponto de vista tecnológico.
Um exemplo nítido de compartilhamento na Web 2.0 são as redes sociais digitais. As redes sociais que encontramos na Web promovem uma extensão das interações sociais para o contexto digital. Uma fórmula que deu certo, e que hoje é espaço não só para comunicação, conectar quem está fisicamente distante, expor momentos marcantes da vida offline, mas também como forma de promover um negócio, por exemplo. Essa tendência de estender naturalmente os hábitos do indivíduo (ou mesmo de ser uma extensão do próprio indivíduo) está presente na construção de software e itens tecnológicos no nosso mundo 2.0. Aqueles produtos que se mantem estagnados, que não acompanham tendências e que não se adequam como extensão dos hábitos sociais, estão fadados a sucumbirem. É necessário evoluir os conceitos de um software em consonância com as preferências do público.
Os smartphones e tablets se tornaram produtos muito comuns. Em um mundo em que o número de linhas móveis ativas já ultrapassa a população mundial (Segundo dados publicados em http://www.tudocelular.com/curiosidade/noticias/n43451/ha-mais-celulares-ativos-do-que-pessoas-no-mundo.html - 07 de outubro de 2014), é plausível cravar que o uso de smartphones é uma tendência que veio para ficar, ao menos por um longo período. Exemplificando o fato de que no mundo 2.0 não há muito espaço para processos isolados e de olhar restrito (sobretudo de um ponto de vista comercial), e, por consequência, a produção tecnológica também não, o Windows 8 adotou uma interface que se aproxima muito daquela utilizada por sistemas operacionais como Android e IOS (comuns em smartphones e tablets), esperando, dentre outras coisas, familiarizar os usuários com o uso destas plataformas e possibilitar o uso do seu sistema em tablets e smartphones. Não fez outra coisa senão seguir o fluxo mais promissor comercialmente, adequar-se às tendências.  Complementarmente, a Microsoft entenderá o código desenvolvido para Android e o traduzirá para o sistema operacional Windows 10, dando suporte a apps portados do Android e iOS (segundo publicação verificada no site https://tecnoblog.net/177716/project-astoria-portar-apps-android-windows-10/ - 04 de maio de 2015). Isso deverá ser estratégico para sanar os problemas do Windows nos smartphones, já que os aplicativos para a plataforma Windows Phone ainda pecam em termos quantitativos e qualitativos. Essa postura possivelmente geraria repulsa em uma “versão” anterior ao mundo 2.0 em que vivemos quando estabelecida entre concorrentes.
É imperativo que não ocorra acomodação, quem trabalha com tecnologia não pode cair na zona de conforto, tampouco manter uma cultura empresarial rígida se colocando sempre como autossuficiente. A Nokia, por exemplo, que já foi sinônimo de durabilidade, que já esteve no topo da telefonia celular, se manteve rígida em suas políticas e não quis assimilar as tendências. A marca acabou perdendo a corrida de smartphones e sendo incorporada pela Microsoft. Outros exemplos podem ser mencionados: Kodak, Walkman e Diskman da Sony etc. Ainda que a situação atual da empresa seja próspera, é no mínimo imprudente fechar os olhos para o resto do mundo achando que se tornou absoluta e por tempo indeterminado. Atualmente, no mercado de software, quem não assume uma postura colaborativa, de assimilar aquilo que se firma como tendência em vez de querer impor goela abaixo seus moldes a qualquer custo, está fadado a declinar.
A questão aqui é que incorporar aspectos do concorrente tem sido uma boa alternativa nesse universo competitivo. Parafraseando Leonardo Da Vinci: Um bom artista copia, um grande artista rouba. Então, um bom artista também incorpora ao seu produto uma tecnologia compartilhada, uma tendência ou ideia, adota as interseções em vez dos caminhos sempre paralelos. Isso, sem dúvidas, representa um upgrade muito importante nesse universo 2.0. Trazer o compartilhamento para o âmbito da competição.



Raphael Magalhães Hoed é aluno do Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade de Brasília e professor de Informática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário