A chamada era da informação em
que vivemos atualmente reverbera em todos os campos de nossas vidas com
bastante intensidade. Seja nas relações profissionais, momentos de entretenimento,
realização de compras, comunicação com quem está fisicamente distante (e mesmo com
quem está fisicamente próximo) os recursos tecnológicos estão sempre presentes.
Acompanhar as tendências tecnológicas é, de fato, estritamente necessário para
quem quer se ver incluído nesse mundo 2.0.
Já que foi mencionado mundo 2.0
vamos discorrer um pouco sobre esse conceito. O termo 2.0 está presente como
acréscimo a outros termos frequentemente entoados pela Internet: Web 2.0 é um
dos mais frequentes. Podemos considerar 2.0 como sendo um designativo, de
maneira até intuitiva, de uma segunda etapa das coisas. A Web 2.0, por exemplo,
está inundada por wikis, blogs, redes sociais que englobam os mais diferentes
perfis e permitem o compartilhamento de informações em uma velocidade muitas
vezes difícil de acompanhar. Todos podem participar ativamente das atividades
na Web 2.0. O grande cerne da questão, que concede à Web um aspecto
multifacetado e que propicia a participação de todos, é a cooperação. Não há mais
espaço para ideias que permanecem sempre no casulo, que enxergam apenas uma
parte e unicamente o agora, que seguem tendências retrógradas sem adicionar um
diferencial. Pelo menos não de um ponto de vista tecnológico.
Um exemplo nítido de
compartilhamento na Web 2.0 são as redes sociais digitais. As redes sociais que
encontramos na Web promovem uma extensão das interações sociais para o contexto
digital. Uma fórmula que deu certo, e que hoje é espaço não só para comunicação,
conectar quem está fisicamente distante, expor momentos marcantes da vida
offline, mas também como forma de promover um negócio, por exemplo. Essa tendência
de estender naturalmente os hábitos do indivíduo (ou mesmo de ser uma extensão
do próprio indivíduo) está presente na construção de software e itens
tecnológicos no nosso mundo 2.0. Aqueles produtos que se mantem estagnados, que
não acompanham tendências e que não se adequam como extensão dos hábitos
sociais, estão fadados a sucumbirem. É necessário evoluir os conceitos de um
software em consonância com as preferências do público.
Os smartphones e tablets se tornaram
produtos muito comuns. Em um mundo em que o número de linhas móveis ativas já ultrapassa
a população mundial (Segundo dados publicados em http://www.tudocelular.com/curiosidade/noticias/n43451/ha-mais-celulares-ativos-do-que-pessoas-no-mundo.html
- 07 de outubro de 2014), é plausível cravar que o uso de smartphones é uma
tendência que veio para ficar, ao menos por um longo período. Exemplificando o
fato de que no mundo 2.0 não há muito espaço para processos isolados e de olhar
restrito (sobretudo de um ponto de vista comercial), e, por consequência, a
produção tecnológica também não, o Windows 8 adotou uma interface que se
aproxima muito daquela utilizada por sistemas operacionais como Android e IOS
(comuns em smartphones e tablets), esperando, dentre outras coisas,
familiarizar os usuários com o uso destas plataformas e possibilitar o uso do
seu sistema em tablets e smartphones. Não fez outra coisa senão seguir o fluxo
mais promissor comercialmente, adequar-se às tendências. Complementarmente, a Microsoft entenderá o
código desenvolvido para Android e o traduzirá para o sistema operacional Windows
10, dando suporte a apps portados do Android e iOS (segundo publicação
verificada no site https://tecnoblog.net/177716/project-astoria-portar-apps-android-windows-10/
- 04 de maio de 2015). Isso deverá ser estratégico para sanar os
problemas do Windows nos smartphones, já que os aplicativos para a plataforma
Windows Phone ainda pecam em termos quantitativos e qualitativos. Essa postura possivelmente geraria repulsa em uma “versão” anterior ao mundo 2.0 em que vivemos quando
estabelecida entre concorrentes.
É imperativo que não ocorra
acomodação, quem trabalha com
tecnologia não pode cair na zona de conforto, tampouco manter uma cultura
empresarial rígida se colocando sempre como autossuficiente. A Nokia, por
exemplo, que já foi sinônimo de durabilidade, que já esteve no topo da
telefonia celular, se manteve rígida em suas políticas e não quis assimilar as
tendências. A marca acabou perdendo a corrida de smartphones e sendo
incorporada pela Microsoft. Outros exemplos podem ser mencionados: Kodak,
Walkman e Diskman da Sony etc. Ainda que a situação atual da empresa seja
próspera, é no mínimo imprudente fechar os olhos para o resto do mundo achando
que se tornou absoluta e por tempo indeterminado. Atualmente, no mercado de
software, quem não assume uma postura colaborativa, de assimilar aquilo que se
firma como tendência em vez de querer impor goela abaixo seus moldes a qualquer
custo, está fadado a declinar.
A questão aqui é que incorporar aspectos do
concorrente tem sido uma boa alternativa nesse universo competitivo.
Parafraseando Leonardo Da Vinci: Um bom artista copia, um grande artista rouba.
Então, um bom artista também incorpora ao seu produto uma tecnologia compartilhada,
uma tendência ou ideia, adota as interseções em vez dos caminhos sempre
paralelos. Isso, sem dúvidas, representa um upgrade muito importante nesse
universo 2.0. Trazer o compartilhamento para o âmbito da competição.
Raphael Magalhães Hoed é aluno do Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade de Brasília e professor de Informática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
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