quinta-feira, 28 de maio de 2015

Programador poliglota

Há tempos tenho ouvido falar sobre o tema, mas não havia parado para analisar e principalmente entender o desafio. É fácil ser poliglota ? Se eu não for poliglota estou perdido, fadado a virar um "dinossauro". Vou começar relembrando quantas linguagens de programação aprendi no meus trinta e poucos anos de carreira. Comecei programando no bom e velho Basic, aquele das calculadoras CASIO e do saudoso APLLE II, acho que fiz alguma coisa no TK 45 também. Serviu apenas para aguçar minha curiosidade no mundo da programação. Precisava me profissionalizar e fazer algo no mundo acadêmico, fui apresentado nos bancos da faculdade ao COBOL, aquele do FILLER 0, ao elegante PASCAL e ao minucioso e potente C, linguagem de cabra macho. Aprender estrutura de dados em PASCAL foi "massa". Veio o Windows 98, mouse, interface gráfica, o mundo pra mim , passou a se chamar Visual Basic, dava até pra programar no Excel. Era lindo, alguns clicks e a tela estava pronta, mas o código era meio "macarrônico". Tinha que aguentar a gozação de meus colegas do Delphi : "quando você vai aprender a programar de verdade, vem pro Delphi , o mundo agora é cliente-servidor". Me convenceram, foram algumas estripulias no Delphi Até que gostava, mas tinha uma raiva danada de um tal de BDE. Chega de programação estruturada, o negócio agora é orientação a objeto e se você que aprender tem ir pro JAVA ou C++. Estou até agora no Java. Por fim, resolvi fazer mestrado, abrir a mente para computação e fui apresentado às linguagens funcionais : Haskell e Erlang. Nunca imaginei que programaria sem ponteiros, variáveis globais ou passagem por parâmetro. Poxa, já ia esquecendo do Java Script, segundo o meu professor, Alexandre Gomes, é a linguagem que  mais tem código no github.
Resumo da história, umas oito linguagens para trinta anos, se formos pela média seriam uns quatro anos por linguagem. A verdade é que não dá para parar no tempo, novos paradigmas surgem e você tem de se manter produtivo. Acho que cheguei na palavra chave : produtividade. A gama de linguagens hoje é extensa e cada qual tem seu nicho ou "sua praia" . Dêem uma olhada em http://blog.codeeval.com/  , além de algumas que citei, temos presentes Python, Ruby, C#, Php , Perl, Objetive-C. E agora, pra ser poliglota tenho que encarar a curva de aprendizado de todas elas ? Acho que não, mas tenho que entender a capacidade, a fragilidade e os princípios de cada uma. Tenho que ir nas profundezas de cada uma ? Acho que não, mas vale a pena avaliar suas sintaxes e o quão generalistas ou especialistas elas são. Ser poliglota é um pouco mais de postura do que de leitura, é um pouco mais de visão do que digitação.

Drausio Santos é aluno do Mestrado Profissional de Computação Aplicada da UNB

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